quinta-feira, novembro 30, 2006

Sem aviso




Já se tinham cruzado algumas vezes.


Mas nessa tarde, cinzenta, sem mais pegou-lhe na mão, com firmeza, sem tempo para perguntas.


E amaram-se. Como estranhos. A chuva misturada com a saliva que avidamente trocaram.


E amaram-se. Sem palavras. Um abraço sentido, forte.


Cada um retomou os seus passos, interrompidos.


A cada esquina que passam, ainda hoje, espreitam discretamente, por cima do ombro, à espera de um dia...



quarta-feira, novembro 29, 2006

Parabéns, Princesa


Parabéns, meu amor

Por existires, por fazeres parte de mim,

Obrigada por partilhares o teu carinho, por tanto amor em troca de nada

Obrigada pelo teu sorriso, pelos teus abraços tão apertados,

Obrigada por teres o poder de fazer o mundo girar...

Parabéns, meu amor, que do alto dos teus quatro anos dizes todas as verdades.

Parabéns, obrigada por me deixares estar assim, tão perto

Vou estar sempre aqui, ao teu lado, qual sombra protectora

Parabéns, Princesa e obrigada por tudo o que hoje fica por dizer.

segunda-feira, novembro 27, 2006

Esta chuva...


..., que não pára


Continua a cair, como se alguém lá em cima me quisesse ajudar a lavar a alma,


Mas nem um dilúvio te arranca assim de mim, tão de repente.


Estás colado, impregnado na minha pele, no meu espaço, na minha cama, para o bem e para o mal...

Esqueceste-te de levar as tuas sombras, as memórias, os cheiros e sabores ainda por aqui espalhados,


Tento esfregar-te, arrancar-te, mas ainda é cedo, e enquanto isso a chuva vai caindo, como um alento, arrastando o mal que me fizeste.


Aos poucos,


Talvez consiga...




sexta-feira, novembro 24, 2006

Só a brincar...

Afinal, era uma manifestação, mas a brincar, fazendo lembrar um qualquer anúncio publicitário com bancos e galinhas...

Não se compreende ... se a intenção era chamar a atenção da opinião pública e governo para as suas reivindicações, digamos que o resultado não foi o melhor, já que ficou no ar a sensação de um grupo de meninos e meninas, que não querendo assumir as consequências das suas acções, se refugiou num passeio entre amigos e familiares, com um certo ar de gozo, mas sem veemência, sem convicção...

Se os nossos militares, ao invés de contornarem os impedimentos legais e obter a necessária autorização para a pretendida manifestação, se refugiam num passeio que afinal não o é, sem qualquer sentido, então fico preocupada... são eles os responsáveis pela nossa segurança interna e internacional, treinados e preparados para qualquer situação... mas não têm coragem de assumir as consequências de participar numa manifestação ou de tentar, pelos meios legais, obter a tal autorização, ao que parece apenas recusada pela falta de apresentação, em tempo, do respectivo requerimento.

Então ficou assim, era só a brincar...

A Fuga



Bateu a porta. Sem barulho, sem dramas. Foi fácil sair e deixar para trás tudo e todos. Com a chave trancou as memórias, as lembranças, reforçando a ideia de que nenhuma delas lhe faria falta.



Vai continuar a ligar, a perguntar, pelo menos nos primeiros tempos, até se esbater a ideia de que um dia foram um só. Depois, apenas para falar de contas, dinheiros, impostos. De direitos de visita que queria muito exercer, não fosse a falta de tempo...



Será coragem ou... pura cobardia?




quinta-feira, novembro 23, 2006

A tempestade



De repente, sem aviso, a vida mudou. 180º de desilusão, decepção, angústia, dor...tudo o que se possa imaginar. Talvez seja sempre assim quando alguém diz adeus, afinal não era bem isto que eu queria... pena ter esperado dez anos para o fazer.


De um momento para o outro passei a ser outra vez só eu. Eu e tu, princesa, ainda tão ingénua para compreender estas reviravoltas... mas por ela e com ela tem sido mais suportável, talvez por não ter tanto tempo para me lamentar, já que ela merece ver-me com um sorriso.


E, a muito custo, aos poucos, vou sorrindo, brincando, escondendo... e aprendendo a estar novamente sozinha, a descobrir do que sou capaz, as limitações. E sei que vou conseguir...não é, princesa?

O regresso

De volta ao teclado, ao ecrã, ao cantinho de nomes conhecidos. Apesar da falta de tempo, vamos arranjando desculpas para não fazer o que gostamos. Eu gosto de escrever, mesmo que ninguém preste atenção, sem grandes pretensões, só porque gosto.
E porque os dias vão passando, vai sendo mais fácil partilhar, procurar novas ideias, "ouvir" novas perguntas, pensar sobre as palavras.
E este espaço é apenas o início, antes de mais, para mim, depois, para quem quiser (ou se der ao trabalho de ler... )
Eu vou estar por aqui...